A Lenda do Saci Pererê
Quem é o Saci?
Você sabia que existe um dia, no Brasil, dedicado à comemoração do Saci? E o Saci
você sabe quem é? Onde ele surgiu? Já ouviu alguma vez a história desse
personagem fantástico?
Saci
Pererê
O Saci é um personagem brasileiro mitológico1 que
habita o imaginário popular brasileiro principalmente no interior do país onde
ainda se mantém o hábito dos mais velhos, de contarem histórias aos mais jovens
nas tranqüilas e claras noites de lua.
Representado
atualmente pela figura de um menino negro de uma só perna que possui um gorro
vermelho na cabeça e traz sempre um cachimbo na boca. De Norte a Sul do Brasil,
além do nome, são várias também as definições e representações atuais que se
tem dele. No nordeste, de uma forma geral ele segue a representação antes
descrita que é a mais conhecida atualmente e a mais popular.
No
Sul e Sudeste há algumas variações. No Rio Grande do Sul, por exemplo, ele é
retratado como um menino negro perneta de gorro vermelho que se diverte
atormentando a vida dos caminhoneiros e aventureiros que gostam de viajar.
Deixando-os areados ele os faz perder o destino. Ranços culturais europeus
podem ter influenciado o Saci em Minas Gerais onde ganhou acessórios como: “um
bastão, laço ou cinto, que usa como a “vara de condão” das fadas européias”
(site: http://www.terrabrasileira.net/folclore/regioes/3contos/saci.html). Já
em São Paulo, apesar de manter essas mesmas características básicas ele possui
um boné em lugar do gorro.
De onde vem o (s) Saci (s)?
Segundo
a crença popular os Sacis vivem setenta e sete anos e se originam do bambu.
Após sete anos de “gestação” dentro do gomo do bambu ele sai para uma longa
vida de travessuras e quando morre se metamorfoseia em cogumelosvenenosos ou em “orelhas de pau”.
Quem é do interior ou já foi ao campo a passeio deve ter visto alguma vez, uma
espécie de cogumelo que se forma nos troncos das árvores e que se parece com
uma orelha. É isso que os matutos chamam de “orelha de pau”.
As principais características
Apesar das inúmeras definições dessa
famosa entidade folclórica algumas características são mais presentes e
recorrentes nas descrições do Saci. Sabe-se que em geral:
- é um ser que vive nas matas;
- é extremamente misterioso;
- é negro, pequeno e possui apenas uma perna;
- usa um capuz vermelho e um cachimbo;
- não possui pêlos no corpo;
- não possui órgãos para urinar ou defecar;
- só tem três dedos em cada mão;
- possui as mãos perfuradas;
- adora assoviar e ficar invisível;
- vive com os joelhos machucados, resultado das travessuras;
- tem o domínio dos insetos que atormentam o homem: mosquitos, pernilongos, pulgas, etc.;
- fuma em um pito e solta fumaça pelos olhos;
- adora fazer travessuras;
- pode, em momentos de bom humor ajudar a encontrar coisas perdidas;
- gira em torno de si feito um pião e provoca redemoinhos;
- pode ser malvado e perigoso;
- adora encantar as criancinhas fazê-las perder-se na mata;
- é extremamente misterioso;
- é negro, pequeno e possui apenas uma perna;
- usa um capuz vermelho e um cachimbo;
- não possui pêlos no corpo;
- não possui órgãos para urinar ou defecar;
- só tem três dedos em cada mão;
- possui as mãos perfuradas;
- adora assoviar e ficar invisível;
- vive com os joelhos machucados, resultado das travessuras;
- tem o domínio dos insetos que atormentam o homem: mosquitos, pernilongos, pulgas, etc.;
- fuma em um pito e solta fumaça pelos olhos;
- adora fazer travessuras;
- pode, em momentos de bom humor ajudar a encontrar coisas perdidas;
- gira em torno de si feito um pião e provoca redemoinhos;
- pode ser malvado e perigoso;
- adora encantar as criancinhas fazê-las perder-se na mata;
Saci: malvado ou apenas peralta?
Entre
todas essas características uma é unânime: sua personalidade travessa. Algumas
pessoas acreditam que ele é mau outros dizem que ele é apenas um garoto
traquino que adora fazer pequenas travessuras, mas sem o intuito de fazer o
mal, apenas de se divertir. Seja como for diz a lenda que ele é muito peralta.
Adora assustar os animais, prendê-los, criar situações embaraçosas para as
pessoas, esconder objetos, derrubar e quebrar as coisas, entre outras danações.
Diz
a lenda que ele não é apenas um brincalhão ou um espírito mau. Tratar-se-ia de
um exímio conhecedor das propriedades medicinais das ervas e raízes da
floresta. Se alguém precisa entrar na mata e pegar algo, portanto, tem que
pedir autorização do Saci, pois entrando sem permissão cairá inevitavelmente em
suas armadilhas.
Como escapar do Saci?
Algumas pessoas afirmam que o único meio de driblar
o negrinho é espalhando cordas ou barbantes amarrados pelo caminho. Assim ele
se ocuparia em desatar os nós, dando tempo da pessoa fugir de sua perseguição.
O Saci também tem medo de córregos e riachos, por isso, atravessar um pode ser
uma alternativa, pois o Saci não consegue fazer a travessia.
Mas o único meio de controlar um Saci, segundo o
mito, é tirando-lhe o gorro e prendendo-o em uma garrafa. Para isso é
necessário jogar uma peneira ou um rosário bento em um redemoinho. Só dessa
forma se pega um Saci. Uma vez preso e sem o gorro que lhe dá poderes ele fará
tudo que for mandado.
As origens
Diante
de todas essas informações fica a pergunta: onde teria nascido a lenda do Saci?
Os estudos sobre o folclore brasileiro apontam a origem indígena quando falam
da lenda do Saci. Esse mito teria surgido na região Sul do Brasil durante o
período colonial, por vota do final do século XVIII, por ocasião das Missões.
A
alcunha pela qual o Saci é mais popularmente conhecido é Saci-Pererê, mas seu
nome originalmente era Yaci-Yaterê de origem Tupi Guarani. De acordo com a
região do Brasil ele pode, porém, ser conhecido por uma variedade de apelidos.
O
dicionário Aurélio traz as seguintes variações de nomes do Saci: “Saci-cererê, Saci-pererê,
Matimpererê, Martim-pererê”(AURÉLIO, 2005). Além
dessas denominações Martos e Aguiar (2001, p. 75) apontam ainda: “saci-saçura, saci-sarerê,
saci-siriri, saci-tapererê ou saci-trique”.
Por ser considerado por alguns um perito na arte da transformação em aves, o
negrinho travesso recebe ainda nomes de passarinhos nos quais se transforma,
como por exemplo: matitaperê, matintapereira, sem-fim, entre outros (ibidem, p.
75). Na região às margens do Rio São Francisco ele é conhecido pela alcunha de
Romão ou Romãozinho.
A metamorfose do Saci
Quando
surgiu, o saci foi representado por um curumim2 endiabrado,
de uma perna só e de rabo. Suas traquinagens tinham como objetivo atrapalhar a
entrada dos intrusos na mata, ou seja, no território indígena. Era
provavelmente uma forma encontrada pelos nativos de resguardar seu território
da invasão dos indesejados homens brancos.
A
figura original do Saci – garoto índio – sofreu alterações por ocasião da
inserção, na cultura brasileira, de elementos africanos e europeus, trazidos
para cá pelos negros escravos importados da África e pelos colonizadores.
Ao
chegarem a terras brasileiras trazendo seus próprios mitos e difundindo-os
entre os que aqui habitavam, africanos e europeus provocaram uma mescla de
características das três culturas, assim, a lenda do saci ganhou elementos
novos.
O
Saci se transformou em um garoto negro de características físicas africanas.
Alguns acreditam que a ausência da perna se deveu a uma perda sofrida em uma
disputa de capoeira, luta praticada pelos negros africanos. Também ganhou um
cachimbo, típico dos costumes africanos. Da cultura européia ganhou um elegante
barrete vermelho que reza a lenda, é a fonte de seus poderes mágicos.
Conclusão
Apesar
de todo o encanto dessa lenda e desse personagem. Mesmo com a resistência em
alguns lugares da cultura de contar histórias, o que se percebe hoje é a
desvalorização da cultura oral e o enfraquecimento desses costumes a cada dia.
Alguns
fatores, porém têm contribuído para que o Saci não se apague da memória de
nosso povo e facilitado o acesso de mais pessoas a essa lenda que integra o
patrimônio literário e cultural brasileiro.
Graças
à criatividade de escritores brasileiros como: Maurício de Souza, Monteiro
Lobato e Ziraldo, esse personagem viajou do
campo para as grandes metrópoles e até mesmo para o exterior através de suas
obras.
Monteiro
Lobato, escritor conhecido do público infantil, foi o primeiro a lembrar o
Saci. Nas décadas de 1970 e 1980 o personagem apareceu nas histórias do Sítio
do Pica-Pau Amarelo e o personagem ficou conhecido em todo o País. Este é,
talvez, o escritor que mais difundiu esse personagem, primeiro através da obra
escrita e depois através da obra televisionada, que hoje tem alcance
internacional, levando nosso personagem ao conhecimento do mundo.
Maurício
de Souza, criador da turma da Mônica, também incluiu o Saci nas suas histórias
em quadrinho, principalmente nas do personagem Chico Bento, que é um matuto da
roça. Outro que imortalizou o Saci em sua obra foi Ziraldo com a criação da
turma do Pererê, que também alcançou as telas da televisão.
Além
do impulso dado pela literatura, outro fato importante foi a criação, em 2005,
pelo governo brasileiro, do dia nacional do Saci, que deve ser comemorado dia
31 de outubro. Essa idéia surgiu com o intuito de minimizar a importância que
se dá à comemoração do dia das bruxas3, reduzindo assim, a influência de
culturas importadas e favorecendo a valorização da cultura e do folclore
nacionais.
Bibliografia
AURÉLIO, Buarque de Holanda Ferreira.
Novo Dicionário Eletrônico Aurélio versão 5.0. Coordenação e edição: Margarida
dos Anjos e Marina Baird Ferreira. Brasil: Editora positivo, 2004.
Enciclopédia: Nova pesquisa e saber.
Português e folclore. São Paulo: Nova editora ltda.
LOBATO, Monteiro. O Saci. São Paulo:
Editora Brasiliense S.A. sem/data.
MARTOS, Cloder Rivas, 1942. Viver e
aprender português, 2ª série. Cloder Rivas Martos, Joana D’Arque Gonçalves de
Aguiar. 7. ed. Reform. São Paulo: Saraiva, 2001.
MEGALE, Nilza B. Folclore Brasileiro.
Petrópolis: Editora Vozes, 1999.
http://www.terrabrasileira.net/folclore/regioes/3contos/saci.html).
http://pt.wikipedia.org/wiki/Saci
http://pt.wikipedia.org/wiki/Saci
Folclore Brasileiro Ilustrado: Lenda do
Saci Pererê – © Copyright 2000-2007 – http://www.sitededicas.com.br
http://www.suapesquisa.com/musicacultura/saci-perere.htm
http://www.brasilescola.com/folclore/saci-perere.htm
http://www.brasilfolclore.hpg.ig.com.br/mulasemcabeca.htm
http://www.brasilescola.com/folclore/saci-perere.htm
http://www.brasilfolclore.hpg.ig.com.br/mulasemcabeca.htm
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